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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Feliz aniversário, Dalinha


Falando de mulher

CORDEL DE SAIA realiza festa blogueira para o aniversário de Dalinha Catunda,  "poeta de musa cheia".






Hoje é dia de Dalinha
Mulher lá das Ipueiras
Forte, brava e valente
Iguala-se às cangaceiras
É poeta de valor
Com ela não tem besteiras
*
Hoje é seu aniversáro
No sertão daquelas bandas
Nas programações de rádio
Resolve várias demandas
Declamando os seus versos
Com suas métricas redondas
*
O seu verso é singular
Carregado de humor
Tira partido da vida
Lutando com destemor
O medo não lhe cai bem
Seu versejar tem amor.
(Rosário Pinto)
FELIZ ANIVERSÁRIO, Dalinha!

Recebemos do poeta Jatão Vaqueiro a participação nas comemorações blogueiras do aniversário de Dalinha Catunda. Obrigada, Jatão por nos prestigiar!


Querida amiga Dalinha
sertaneja por convicção
eis uma grande poetisa
versando com o coração
hoje é um dia especial
e eu aqui de Umarizal
te desejo paz e bênção 
*
Mulher de grande alegria
sabedoria e serenidade
cria aqui do nordeste
Ipueiras é sua cidade
cabocla do sertão
gente do meu coração
hoje com nova idade 
*
Parabéns Dalinha Catunda
mulher de grande expressão
tu eis destacada académica
e dos poetas expiração
do estado Ceará uma forte
e eu do Rio Grande do Norte
te admiro com devoção  *
(Parabéns: Jatão vaqueiro)
Veja mais:
http://cantinhodadalinha.blogspot.com
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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Rosa enjeitada - a mulher na poesia e na canção

Cabe um fado relembrar
Uma Rosa enjeitada!
A fadista, ouvi cantar
Rosa tão desventurada
De uma vida a chorar
O poema é baseado no fado "Rosa Enjeitada", com letra de José Galhardo e música de Raul Ferrão.
Rosa enjeitada
1
Na partida houve choro
O porquê não entendia
Pensava que brevemente
Para casa voltaria.
Estava determinado
O lugar pra onde iria
2
Não poderia voltar
E causar decepção
Todo aquele investimento
Doía em seu coração
Dormia sem entender
Questionava a razão
3
Chorava sempre escondida
Só pensava em voltar
Ninguém a compreendia:
“Nada tens a lamentar
Vais ter vida melhor!
Terás como estudar!”
4
Chegando a cidade grande
O susto foi bem maior
Um casal a esperava,
Desconhecido que só!
A rede ficou pra lá
E a vida lhe deu um nó
5
Percebeu a rejeição
Que havia no lugar
- Porque não um bebê?
- Para eu poder criar?
Ouvindo estas palavras
Escondia-se a chorar
6
Sua decepção foi grande.
Ela queria um bebê
Para chamá-la de mãe,
Quando fosse crescer!
Repetia a todo instante:
“- Mas eu queria um nenê”!
7
A menina que sofria
Sentia-se enjeitada
A culpa tomava-lhe a alma
Por não ser a desejada
Sofria quieta e solitária
Sentia-se desajustada
8
Depois de tantos abortos
Não mais pode engravidar
Seu corpo já tão cansado
Não mais podia pegar
A criança desejada
Foi obrigada a adotar
9
Apelou pro afilhado
Com uma prole numerosa
Vou ajudá-lo a criar
Uma criança mimosa
Mas aquela que lhe veio
Já tinha dez anos de rosa
10
Aquela menina alegre
Logo começou a mudar
Desdobrava-se em atenção
Buscando o amor despertar
Mágoas daquele casal
Não conseguiu suplantar
11
A solidão a roia
Sem poder manifestar
Os recados foram claros:
- Não vá aos tios preocupar
Tudo que fazia ali
Parecia não funcionar
12
Dia e noite, noite e dia
Tinha um medo pavoroso
A confusão era tanta
Tudo lhe era assombroso
Conflitos ali vividos
Sem um beijo carinhoso
13
O tempo assim foi passando
E à dor se consumando
A inapetência chegou
Uma anorexia brotando.
Os médicos diziam sempre:
- A criança: tá definhando...
14
Escondia-se nos estudos
Pra nunca decepcionar
Os pais que a haviam perdido
Pra viver em outro lar
Este lar não lhe supria
Queria mesmo voltar...
15
Ficou uma adulta tímida
Sempre com o medo a rondar
Sem saber para onde ia
Com a dor a escalar
Uma angústia tão profunda
Ela teve que ocultar
16
Teve casa e comida
Sem ter realmente um lar.
Pois sua felicidade,
Ficou lá em seu lugar.
Hoje chora relembrando
Seu berço familiar.
*
Rio, outubro de 2011 
Texto e foto : Rosário Pinto

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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Bento Raimundo e Dalinha Catunda


 BENTO RAIMUNDO E DALINHA CATUNDA
Mote do repentista Bento Raimundo

"Um amor de quando em vez
Um verso de vez em quando"

 Bento Raimundo
Quando eu encontro Dalinha
Eu canto já me inspirando,
Na sanfona ou na viola
Sou bom poeta cantando,
Um amor de quando em vez
Um verso de vez em quando.
*
Dalinha Catunda
Ouvindo Bento Raimundo,
Ouço e vou me encantando
No repente e na viola
Vejo o poeta tramando,
Um amor de quando em vez
Um verso de vez em quando.
 *
Rosário Pinto
Também quero palpitar
Falar d’ um amor chegando:
Veio com uma viola
Ele chegou abafando!
Um amor de quando em vez
Um verso de vez em quando.
*
Josenir Lacerda 
 D'um lado Bento Raimundo
A viola dedilhando
Do outro a nossa Dalinha
Faz versos insinuando
Um amor de quando em vez
Um verso de vez em quando
.
*
Dalinha Catunda
Rosário glosou bonito,
Josenir chegou rimando
Seguindo o barco de Bento,
Que só navega cantando
Um amor de quando em vez
Um verso de vez em quando.

Fotos de Dalinh Catunda
Versos: Bento Raimundo, Dalinha Catunda, Rosário Pinto, Josenir Lacerda

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Cordel de Saia divulga link publicado no YOUTUBE e amplamente compartilhado no FACEBOOK. O assunto é : Vídeo da série Conhecendo Museus -  sobre o Museu de Folclore Edison Carneiro, do Rio de Janeiro (RJ).
Leve para sua sala de aula. Certamente, será de grande interesse para todos - professores e alunos.


CLIC NO LINK ABAIXO e FAÇA UMA VIAGEM MUSEOLÓGICA . Não esqueça de deixar seus comentários na janela especialmente aberta para você 
*
*
Consulte ainda:
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domingo, 9 de outubro de 2011

Concurso Cordel Contemporaneo - adiado

CORDEL DE SAIA  recebeu o informe abaixo e nos propomos a repassar a divulgação: face à greve nos serviços de correios o Concurso Cordel Contemporâneo sofreu adiamento. Lamentamos o fato, mas não desejamos prejudicar os concorrentes por motivos alheios à vontade de cada um.

Companheiros,
Precisamos disponibilizar este comunicado em todos os sites e blogs afins, para dar abrangência necossária ao fato. E isto deve ser feito o mais rápido possível.
Transcrevo abaixo, o texto que enviamos para todos sobre o adiamento do evento. Pedimos compreensão e divulgação:

Prezados,
Vimos aqui informar a todos, a decisão conjunta das Instituições: FUNDARPE, ABLC e ACLC, em adiar para os dias 28 e 29 de outubro, a programação original dos eventos evidenciados acima, devido principalmente a atual greve dos CORREIOS, pois inumeros Concorrentes do Concurso de Litratura de Cordel, de todo Brasil não tinham confirmados a entrega da suas inscrições.
Assim solictamos a todos os envolvidos e colaboradores em promover e divulgação esta notícia, que trará desencontros para alguns, mais certamente será mais justa para todos.
As programações serão as mesmas, conforme releases em anexos, transferendo-seapenas as datas. A divulgação dos inscritos classificados será feita no p´rximo dia 20.
Direção Cultural - ABLC.
Chico Salles.
Nota de responsabilidade do Diretor Cultural da ABLC

Acompanhe as novidades do Cordel de Saia
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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

BENVINDA FERREIRINHA AMADOR

Dia das crianças felinas
*
 Tenho uma filha linda
Daquelas bem carinhosa
Gosta de pique-esconde
É também muito charmosa
Gosta de morder papai
É também muito dengosa

Ela ama o papai
Ele diz: te viro em oito
Ela corre esbaforida
Ele não é tão afoito
E isto só lhe distrai
Mas acaba em biscoito

Temendo pela corrida
Entre beijo e lambida
Papai é um Samurai!!!
Ela é desinibida
Deita sempre aos seus pés
Dolente e embevecida

Ela sempre está presente
O nome dela Benvinda
Sua mãe é carinhosa
Nunca fica na berlinda
Papai é um pensador
Na casa sou a mais linda 
*
(Versos para a Benvinda Ferreirinha Amador, minha filha)
Texto e foto: Rosário Pinto
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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Li no Jornal de Caruaru

Cordel vem à Caruaru com vários eventos

http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/408746/gd/1256522839/ACADEMIA-BRASILEIRA-DE-LITERATURA-DE-CORDEL.jpg
Nos próximos dias 14 e 15 de outubro, a ABLC, Academia Brasileira de Literatura de Cordel, entidade cultural permanente, sediada no Rio de Janeiro, fundada em 1988, que abriga no seu quadro de Acadêmicos e Beneméritos, os mais ilustres e representativos escritores e admiradores desta genuína expressão literária da Língua Portuguesa, a convite da ACLC – Academia Caruaruense de Literatura de Cordel, realizarão na cidade Caruaru – PE os seguintes eventos:
 - Dia 14 apartir das 20:00h: A ACLC realizará o 2º Concurso Nacional de Literatura de Cordel
- Dia 15 apartir das 16:00h: A ABLC realizará sua Plenária de outubro.
 O 2º Concurso Nacional de Literatura de Cordel. Será realizado e terá premiação de acordo com o seu regulamento publicado e em anexo, que faz parte integrante deste release.
 A Plenária da ABLC é um encontro mensal de avaliações e congraçamentos do seu quadro de Acadêmicos e Beneméritos. Na ocasião, serão empossados os dois novos Acadêmicos recém eleitos, os poetas Marcelo Soares e José Honório e homenageados personalidades pernambucanas a seguir relacionadas.

BIOGRAFIA CONCISA DOS NOVOS ACADÊMICOS:
 Marcelo Soares:
Pernambucano de Olinda é artista gráfico, poeta cordelista, editor e arte educador. Nasceu em 1953, filho do Poeta Repórter José Soares, expoente e renomado cordelista pernambucano. Iniciou na gravura, em 1974 fazendo capas para folhetos de cordel, incentivado pelo pai. Marcelo Soares é autor de quase uma centena de folhetos de cordel publicados, expandiu suas atividades, incursionando por desenho e pintura, criando capas e ilustrações para livros, discos, cartazes para cinema, shows, teatro e outros eventos. Ilustrou obras para várias editoras, entre elas: Brasiliense, Itatiaia, Bagaço, CEPE, Prelo, Paulinas, Contexto, Global, Bagagem, e para os jornais: O Globo, Jornal do Brasil, O País, O Pasquim, Jornal do Commércio, Diário de Pernambuco. Trabalhou com Ariano Suassuna, (1994-1998), e ministrou oficinas de gravura em todo o Brasil. Como xilógrafo ministrou tambem, centenas de oficinas de iniciação a xilogravura em Portugal, França, EUA. e México.
José Honório:
Pernambucano matuto do Recife, como se auto define, nascido em 1963. Seus pais nasceram e cresceram no meio rural. Cresceu ouvindo histórias de trancoso, lendo folheto de cordel, escutando repentistas pelo rádio e vendo emboladores na Praça da Independência e no Mercado de São José, aqui no Recife. .Em 1984 publicou o seu primeiro cordel: Recife – Carnaval, Frevo e Passo. De lá pra cá foram com mais de cinqüenta folhetos jogados na praça, palestras, oficinas e recitais, neste crescente e prazeroso compromisso de divulgar a poesia nordestina. José Honório foi um dos primeiros cordelistas a utilizar o computador a serviço do cordel. Primeiro para a impressão dos folhetos, depois para divulgá-lo através da Internet. Em 2005 foi a Suíça fazer palestras para brasileiros e admiradores da cultura brasileira. Também foi a Genebra, Lousane, Zurich, Basel e Locarno. É fundador e atual Presidente da União dos Cordelistas de Pernambuco – Unicordel. É bancário e formado em Turismo.   
 HOMENAGEADOS:
 O principal homenageado deste evento será o Ilustre Brasileiro Acadêmico Ariano Suassuna, com a medalha LEANDRO GOMES DE BARROS, maior comenda da Instituição, pela sua obra e sua importância no universo da cultura popular brasileira, especialmente e destacadamente a Literatura de Cordel.
 Serão homenageados também, com a Medalha Rogaciano Leite, estes gigantes personagens da Cultura Popular Nordestina, os ilustres pernambucanos:
Alexandre Santos – Presidente da União Brasileira de Escritores.
Ana Cely Ferraz – Editora Coqueiro.
Xico Bizerra – Compositor e Poeta popular.
Fernando Duarte – Secretário Estadual de Cultura.
Mestre Dila – Xilogravurista.
Ivanildo Vilanova – Poeta, Violeiro e cantador.
Roberto Benjamin – Professor e Pesquisador.
Maciel Melo – Compositor e Poeta popular.
Rogério Menezes – Radialista, Violeiro e Cantador.
José Borges – Xilogravurista e Poeta.
ACADÊMICOS CONVIDADOS:
Esta Plenária contará com as presenças do Presidente e do Diretor Cultural da Instituição, Poetas Gonçalo Ferreira da Silva e Chico Salles respectivamente, alem dos demais membros da ABLC, notadamente os Acadêmicos residentes no Nordeste: Crispiniano Neto, Klévisson Viana, Josenir Lacerda, Sávio Pinheiro, Gilmar Santana Ferreira, Arievaldo Viana, Manoel Monteiro, Severino Sertanejo, João Firmino Cabral, Bule Bule, José Maria de Fortaleza, Beto Brito, Antonio Francisco de Melo, João Dantas, José Walter Pires, e Pedro Costa. Estarão presentes, também à comitiva com Acadêmicos do Rio de janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Destacando-se aí os Poetas: Mestre Azulão, Moreira de Acopiara, Cícero Pedro de Assis, Antonio Araújo Campinense, Maria de Lourdes Aragão Catunda, João Batista de Melo, Maria Rosário Pinto, Fernando Silva Assumpção, Sepalo Campelo, William J.G. Pinto, Marcus Lucenna, Fábio Sombra, Ivamberto Albuquerque Oliveira, Sergival Silva, Victor Alvin Garcia, e Olegário Alfredo.
  A expectativa da Direção da ABLC, para esta terceira Plenária anual a se realizar fora da sua sede no Rio de Janeiro, é de total sucesso, devido à experiência das Plenárias de 2009 e 2010, realizadas em Fortaleza – CE e João Pessoa – PB respectivamente. Pretende-se também, tornar parte das suas Plenárias anuais, itinerante realizando-as de maneira rotativa em outros estados, notadamente nos estados que tenham parte do seu quadro Acadêmico residente, e nos estados que ofereçam apoio e infra-estrutura indispensáveis para a realização do evento.
 O evento será realizado para o Corpo Acadêmico presente e seus convidados. Será também aberto ao público, que receberá senha 30 min antes do início da Plenária. 

ENTRADA FRANCA.
*
Veja também no Cordel Paraíba
http://www.cordelparaiba.blogspot.com 
*
Navegue ainda em:
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http://cantinhodadalinha.blogspot.com

Biblioteca Amadeu Amaral: um acervo bem cuidado

CORDELTECA/Bbiblioteca Amadeu Amaral/CNFCP/Iphan/MinC
Memória da literatura de cordel - coleção de folhetos de cordel

CORDELTECA/BAA/CNFCP/Iphan/MinC
Memória da literatura de cordel - coleção de folhetos de cordel

A Biblioteca Amadeu Amaral integra o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular/IPHAN. Criada em 1961, a partir de proposta do pesquisador Edison Carneiro, congrega acervo na área de folclore e antropologia cultural em vários suportes, dentre eles a poesia popular impressa na forma de folhetos de cordel.
Essa coleção, uma das mais importantes do país, é constituída basicamente a partir de doações e trocas de instituições e poetas, de várias partes do Brasil.
Em 1984 tem início o projeto: Memória da Literatura de Cordel, objetivando seu tratamento técnico: com registro, catalogação, indexação e acondicionamento em caixas especialmente confeccionadas para sua guarda, e sua recuperação ainda em base manual, com emprego de fichas em catálogo de autor e título.
Com o desmonte ocorrido na área de cultura, durante o governo Fernando Collor de Mello, no período de 1990 a 1994, o Centro, então Coordenação de Folclore e Cultura Popular, tem parte de suas atividades paralisadas. O tratamento técnico da coleção de folhetos de cordel é retomado somente em 1996, com a catalogação, agora informatizada, utilizando o Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR-2), e indexação norteada pelo Tesauro de Folclore e Cultura Popular Brasileira desenvolvido por equipe multidisciplinar do CNFCP. Ao final do exercício de 1999, esse trabalho é concluído com a disponibilização de 3 mil e oitocentos títulos na base de dados da Funarte.
Essa coleção hoje totaliza mais de 8 mil títulos, possui relevância pela abrangência dos temas tratados – romances, cantorias, desafios, cangaço, religiosidade popular, fatos do cotidiano, fatos políticos, dentre outros; o valor de autores de renome no campo da literatura de cordel – Leandro Gomes de Barros, Francisco das Chagas Batista, Cordeiro Manso, João Martins de Athayde, Rodolfo Coelho Cavalcante, Cuíca de Santo Amaro, dentre tantos de relevância para o cenário da literatura de cordel no Brasil; à raridade de determinados títulos. O Centro possui títulos que datam de 1908 até os mais contemporâneos; e, editores, que sedimentaram e difundiram a poesia de cordel ao longo dos anos através de suas publicações, buscando sempre a manutenção viva da memória do cordel brasileiro e de seus autores. Em 1992 são incorporados 1001 folhetos, adquiridos da coleção de Manuel Diégues Júnior.
A maioria dos folhetos da coleção é composta em versos. Entretanto com base na dissertação apresentada ao mestrado em Antropologia Cultura do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFPE, por Ruth Trindade de Almeida, em 1981, entendemos ser apropriada a utilização da mesma metodologia de incorporação para os calendários e almanaques em prosa, que têm vários pontos em comum com a produção em versos, tais como: aspectos tipográficos, paginação, sistema de vendas, autoria, linguagem e conteúdo, destacando-se a utilização de versos tanto na capa, quanto em seu interior, como no Almanaque do Nordeste brasileiro para o ano de 1958, em que Manoel Luiz dos Santos anuncia (em sextilhas) seu primeiro almanaque composto em prosa:

Vou mudando a oração
Das linhas do pensamento
Para o juízo do ano
Que mostra mais fundamento
Em prosa do que em verso
pr’a seu conhecimento.

A BAA possui hoje 7 acervos Digitais: Hemeroteca, Cordelteca, Xiloteca, Revista Brasileira de Folclore, Catálogos da Sala do Artista Popular, disponíveis para consulta no sítio www.cnfcp.gov.br; e, na rede mundial de computadores. Está também disponível, on-line, o Tesauro de Folclore e Cultura Popular Brasileira, lançado em sua segunda versão em 2006, ferramenta que norteia todo o processo de indexação da Biblioteca.

Processo organização, de catalogação e indexação e guarda da coleção:

O processo de organização da Cordelteca obedece aos critérios técnicos como: considerar, minuciosamente, pontos comuns e distintos entre cada grupo de folhetos, privilegiando informações que evidenciem a diversidade dessa produção literária, contemplando tanto a ‘poesia improvisada’ (versos cantados – cantorias, desafios, etc.) quanto a ‘poesia de composição’ (dos ciclos temáticos) e os textos em prosa (almanaques e calendários).
Estabelecemos três aspectos básicos: a forma de apresentação e composição dos folhetos, procurando evidenciar o aspecto físico do folheto, identificando ilustrações como desenhos, reproduções de fotos e xilogravuras; o conteúdo, procedendo indexação norteada pelos grandes grupos de assuntos referentes à literatura de cordel como: abecês, romances, contos, religiosidade popular, personalidades do contexto social e político, fatos do cotidiano, cantoria, desafios, etc., entre os temas mais recorrentes; e, as questões autorais, talvez a mais delicada no tratamento e abordagem dos folhetos de cordel. São inúmeros os equívocos quanto à autoria e propriedade. É comum verificarmos tipógrafos assinando como autores de versos de outros autores, o que dificulta, com freqüência, a determinação da verdadeira autoria. Assim, uma vez que em muitos folhetos catalogados não foi possível afirmá-la com exatidão, optamos pela informação editada na capa do folheto, deixando para o pesquisador a tarefa de analisar a autenticidade ou não das autorias. Para facilitar as pesquisas procuramos assinalar, no campo da Notas principais de nossa planilha o acróstico, um dos meios de identificação de autoria usado na literatura de cordel; e, no campo de Outros autores, a referência ao editor proprietário, aquele que detém os diretos de propriedade comercial da obra.
O processo de catalogação e indexação obedece aos critérios de organização alfabética dos títulos; composição do acervo de, no máximo, três exemplares de cada, ficando os excedentes destinados a atividades de intercâmbio com cordelistas e instituições que têm acervos de literatura de cordel; incorporação de títulos de edições diferenciadas, como título novo; organização dos arquivos em ordem numérica seqüencial; e, digitação em ‘word’ dos folhetos fotocopiados. Todos os folhetos são registrados em livro de Registro Patrimonial, com data de entrada na biblioteca, autor, título e ano de publicação, se houver. O registro patrimonial é colocado na primeira página do folheto com lápis 3B ou 6B. Anotamos também se o folheto pertence a alguma coleção especial, comprada ou doada para a biblioteca, como é o caso das coleções Manuel Diégues Júnior.
As etapas da catalogação obedecem ao preenchimento de Base de Dados. Atualmente a Biblioteca utiliza o softewear: www.elysio.com.br/ , PHL - Personal Home Library © 2001-2006 Elysio M.S.Oliveira, com adaptações especiais para os conteúdos da coleção, configurando a ficha catalográfica, conforme exemplo exposto abaixo:
C5615
Dalinha Catunda [Maria de Lourdes Aragão Catunda]. Furdunço no galinheiro. Rio de Janeiro : Academia Brasileira de Literatura de Cordel, 2009. 8 p.
CLIC NO LINK

Toda a coleção foi higienizada e acondicionada mediante convênio firmado entre a Funarte e a Secretaria de Patrimônio, Museus e Artes Plásticas.
Finalizada a etapa de catalogação, é o momento de dar continuidade aos trabalhos de digitalização de acervos já iniciados, em 1998, com a Hemeroteca, que digitalizou, por meio de projeto aprovado pela Vitae, mais de 60 mil recortes de jornais sobre o universo da cultura popular. No lastro desse projeto apresentou-se, em 2000, o projeto Preservação da Memória Popular: xilogravuras e folhetos de cordel, que também aprovado, pela Vitae, foi executado em 2001/2002.
A digitalização da coleção de folhetos de cordel teve como objetivo a preservação física dos originais e a divulgação do acervo com qualidade digital, buscando maior agilidade e precisão na oferta dos serviços ao público usuário.
A execução do projeto Preservação da Memória Popular, em sua primeira fase, obedeceu as etapas de escanear mais de 6 mil folhetos, gerando 60.000 mil imagens, com indexação das palavras nos textos para posterior recuperação; copiar o produto final para o banco de imagens, possibilitando a pesquisa dos usuários nos espaços do CNFCP (intranet); e, na rede mundial de computadores por meio do sítio do CNFCP : www.cnfcp.gov.br, gravar o material processado em cds; e editar o Caderno técnico n° 1 - Catalogação de folhetos de cordel/CNFCP/IPHAN/MinC (Maria Rosário Pinto), com o objetivo de padronizar as informação básicas para a catalogação, indexação e disponibilização em Banco de Dados, visando facilitar a busca dos usuários.
CLIC NO LINK.

O tratamento técnico iniciado em 1996, oferece condições de continuidade às futuras incorporações. Atualmente, caminhamos para a 4ª versão da Cordelteca Digital, com mais de 8 mil registros.
Com o objetivo de ampliar e divulgar novos títulos a Biblioteca Amadeu Amaral mantém em constante atualização: cadastro de instituições, pesquisadores e de cordelistas no Brasil e no exterior, interessados na troca de folhetos e na difusão da literatura de cordel. O tratamento dado à coleção possibilitou o recebimento da coleção pessoal do professor Bráulio Nascimento, que trouxe para o acervo da Biblioteca Amadeu Amaral cerca de 1.500 títulos.
A difusão da Cordelteca Digital ampliou, consideravelmente, o interesse da comunidade de cordelistas, aumentando o volume de doações/trocas recebidas. A comunicação da Biblioteca com a Academia Brasileira de Literatura de Cordel é rotineira, bem como com demais associações e poetas espalhados por todo o país. Com a publicação do Caderno técnico - Catalogação de folhetos de cordel, tivemos como objetivo aproximar as instituições que detenham acervos similares.
Entendemos que as metas de organização, preservação, tratamento e divulgação vêem sendo alcançadas, especialmente no que diz respeito à ampliação do público usuário, bem como da interface entre instituições detentoras de acervos similares.
Texto e foto : Maria Rosário Pinto
Responsável pela Cordelteca da BAA/CNFCP/IPHAN
Membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel
Cadeira patronímica do poeta e editor José Bernardo da Silva

sábado, 1 de outubro de 2011

CULTURA POPULAR EM FOCO


            CULTURA POPULAR EM FOCO
*
Em se tratando de cultura popular, Se faz necessário sempre, repassar informes sobre as atividades, produções e repercussões dos nossos poetas, especialmente o de levar a literatura de cordel como ferramenta de apoio a todas as disciplinas das grades escolar, além dos conteúdos literários próprios. É importante, ressaltar que nossa literatura popular, quando aqui chegou ganhou identidade própria e profundamente enriquecedora. Em visita a escolas tenho observado o quanto desperta o interesse dos alunos e auxilia na disciplina, no comportamento social entre alunos e professores. Recambio sempre estes informes para professores aqui no Rio e, a receptividade é muito gratificante.
Vale referir que a Cordelteca - Memória da literatura de cordel, da Biblioteca Amadeu Amaral, do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular/Iphan/MINC possui, hoje, oito. 933 títulos em sua Base de Dados, além de edições distintas, dos quais 5.533 encontram-se digitalizados e disponíveis para leitura on-line, vetado todo e qualquer tipo de copiagem. O objetivo é apoio às pesquisas de estudantes e pesquisadores da área. A BAA oferece ainda: mais de 80 mil recortes de jornais, desde meados do século passado, em sua Hemeroteca, divididos em dois arquivos (CDU e TEMÁTICO), com pastas e subpastas por grandes assuntos, que abrangem a cultura popular em todas as suas vertentes; a Revista Brasileira de Folclore, com 42 fascículos, também está disponível para leitura on-line e, esta pode, inclusive ser baixada para pcs; todos os Catálogos da Sala do Artista Popular - exposições temporárias e mensais também podem ser lidos e baixados.
O objetivo deste meu informe é divulgar todas as vertentes da cultura popular que este Centro congrega e com isto, ampliar o leque de acervos que auxiliam estudos e pesquisas. O CNFCP (www.cnfcp.gov.br) desenvolve estreita parceira com a Academia Brasileira de Literatura de Cordel e outras instituições congêneres. Entendemos que a soma é benéfica para todos.
*
Texto:Maria Rosário Pinto
Ilustração: Dalinha Catunda
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