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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Correspondência entre poetas


Cordel de Saia solcitou a JAC (José Alberto Costa e de José Walter Pires (Zé Walter) autorização para publicação de correspondência trocada com Zé Walter, que já havia autorizado a publicação de sua parte. Veja a resposta de JAC on-line:


                                                   Rosário, respondo em versos,
sendo você cordelista,
pra me fazer entender
na linguagem de artista
que nunca fugiu da raia
do grande "Cordel de Saia",
mesmo sem ser repentista.
*
Acredite, minha cara,
gostaria de reler
a "carta" para Zewalter
para o juízo "acender",
pois vivo sem esperança,
pouca memória e lembrança,
tenho pra dar e vender.
*
Mande a cópia, por favor,
pois o meu micro "brochou"
e fiquei no ora e veja,
muita coisa se salvou
tenho guardado em CD
mas juro para você,
seu amigo autorizou. 
*
Zealberto
2011 
*
JAC me pediu a cópia da carta do poeta Zé Walter, para aviviar a memória, então lhe respondi: 
*
JAC, meu poeta amigo,
me apresso em responder:
a cartinha do Zé Walter,
Todinha para você.
Tão logo fale com ele,
Já sei que vou receber
*
De sua amiga, Rosário
Deixo aqui, abraço fraterno,
Cordel de Saia agradece.
Vou escrever no caderno:
Quem tem amigo poeta,
Não sabe o que é inferno.
(Rosário Pinto)
*

Lamentos da terceira idade
José Alberto Costa (*)
1
Tenho muitos lamentos nesta vida
das mazelas que aturo todo dia,
enxaqueca, mouquice, nevralgia,
reumatismo, cabeça enfraquecida,
dor nas costas, a perna adormecida,
falta de ar, fraqueza do pulmão,
só se salva o meu pobre coração
mesmo assim, afogado na saudade,
Se eu pudesse comprava a mocidade
nem que fosse pagando a prestação.
2
Depois de revelar minhas mazelas
de contar meus segredos de saúde
acredite, eu choro a juventude,
uma fase de vida das mais belas,
que vivi na esbórnia, sem cautelas,
com bebida, cigarro e diversão,
sem saber que vivia um turbilhão
de emoções, alegria e falsidade,
Se eu pudesse comprava a mocidade
nem que fosse pagando a prestação.
*
(*) José Alberto Costa, ou simplesmente Zealberto, aprendiz de poeta, nasceu em Paulo Jacinto, Alagoas, mas vive em Maceió, porque não sabe com se mora em terra sem mar e bar. Os seus “Lamentos da Terceira Idade”, estão publicados na “Antologia Movimento da Palavra” e em vários blogs, inclusive no Versoreverso, que ele edita há algum tempo. (http://jac-versoreverso.blogspot.com). 
*
Dores e dissabores
1
Meu amigo já cheguei
Na dita "mellhor idade"
Mas nisso não vejo graça
Tão pouco felicidade
Agora pouco me resta
Já não dá pra fazer festa
Fugindo à realidade
2
E quando alguém me pergunta
Por quantos anos eu tenho
Respondo que só uns vinte
Sem sequer franzir o cenho
Pra frente é o que me sobra
Pois o que você me cobra
Já passou e não mais tenho
3
Assim vou levando a vida
Na mais besta enganação
Dissimulando a verdade
De ser mais de sessentão
Em contagem regressiva
Mas mantendo a mente ativa
Pra fugir da depressão
4
A velhice é muito ingrata
E nada pode mudá-la
Se resume num sofá
O dia todo na sala
Sem direito de pedir
De mandar e de exigir
E na tristeza se cala
5
Nesta idade do “condor”
São dores pra todo lado
Com fisioterapias
E remédio receitado
Sem os prazeres da orgia
Que mínguam a cada dia
E me deixam desolado
6
Um tal Ponce de Leon
Conforme a história alude
Certo dia descobriu
A fonte da Juventude”
Mas de nada adiantou
Pois velho não se salvou
Da frieza do ataúde
7
Já pedi para meus filhos
E tudo está combinado
Se por acaso eu morrer
Deixem na lápide gravado
O meu último desejo
Que digo sem nenhum pejo:
Morreu!... mas contrariado”

José Walter Pires
Maio 2011
Acesse ainda:
http://jac-versoreverso.blogspot.com
http://www.fatorsh.com.br/
http://rosarioecordel.blogspot.com
http://cantinhodadalinha.blogspot.com

Fotos extraídas da internet

Um comentário:

  1. Se eu vejo uma amiga em ação
    Na batalha do seu dia dia,
    Enche-me o peito de alegria
    Minh’alma beijando a emoção.
    É tão grande esta satisfação,
    Assim eu confesso, não invento!
    Busco luz, utilizo argumento,
    Pego a minha caneta e papel,
    E com pose de um menestrel
    Ponho em pauta o meu pensamento.

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