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terça-feira, 30 de novembro de 2010

RETRATO DO PASSADO


Retrato do Passado
*
Namorou e ficou noiva.
Casou no padre e no civil.
Disse amém a sociedade
Que suas podres leis pariu,
E o que foi feito de sua vida
Não foi ela quem decidiu.
*
Casamento arranjado
Aos moldes tradicionais.
Um negócio ajustado
Aos interesses dos pais.
Que vedavam seus ouvidos,
A sua angustia e seus ais.
*
Filhos ela teve tantos
Nem pôde nos dedos contar.
Quando esvaziava o bucho,
Voltava a emprenhar.
Fez filhos e não amor,
Não aprendeu a gozar.
*
É uma boa parideira,
Dizia sempre o marido.
Pelas mãos da parteira
Eram os filhos recebidos.
Quando arriava a bexiga,
Com o médico era resolvido.
*
Empregada ela tinha,
Pois tinha “boa” situação.
Era uma cabocla prendada.
Era de forno e de fogão.
E nas quebradas da noite
Também servia ao patrão.
*
O marido era bom partido,
Criado nos dogmas da fé.
Aos domingos ia à missa,
Mas freqüentava o cabaré,
As taras eram com as putas,
E os filhos com a mulher.
*
“Até que a morte os separe”
Assim era feita a negociata.
O marido era um bom emprego,
A mulher deveria ser grata.
“O que Deus une ninguém separa”
Dai, a submissão era farta.
*
Uma fotografia na parede,
Retrata esse triste passado.
Que visando a posteridade.
Sempre fora bem focado
Entre paletós e bigodes
Vestidos bem comportados.
*
Lá se foi o velho tempo,
Do império patriarcal.
A mulher, hoje, evoluída
Não necessita de aval,
Desbrava o seu futuro
Encara o bem e o mal.
*
Foto: 1.bp.blogspot.com/.../s400/mulher_chorando.jpg
Texto: Dalinha Catunda

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

PELEJA ENTRE DALINHA CATUNDA E ROSÁRIO PINTO



DALINHA E ROSÁRIO
Foto: acervo do blog
Desafio entre Dalinha Catunda e Rosário Pinto
Rosário Pinto
Convidei dona Dalinha
pra comigo pelejar
para nesse Informativo
Uma peleja postar
Ela aceitou de pronto:
A peleja tá no ar.
.
Dalinha Catunda
Querida amiga Rosário
Amiga de confraria.
Onde canta seu José
Tem vaga pra Sá Maria
Por isso vamos testar
Se nós temos sintonia.
.
Rosário Pinto
Já que você aceitou
Meu convite pra cantar
Cantaremos as mulheres
Em seus cordéis a fiar
Na peleja também tem
Mulher a desafiar.
.
Dalinha Catunda
As mulheres desafiam,
Desde a sua criação.
Eva lá no paraíso
Provocou o tal Adão.
Ele caiu direitinho.
E dançou na sua mão.
.
Rosário: Pinto.
Dalinha, pare com isto
Não é esta nossa prosa.
Aqui nestes nossos versos
Você só quer ser garbosa.
Mas este mundo tá cheio,
De mulheres talentosas.
.
DalinhaCatunda
Não fujo duma peleja
Tô pro que der e vier
Se eu quero ser garbosa,
È só porque sou mulher
E não venha me dizer
Que você também não quer!
.
RosárioPinto
No Ceará conhecemos
As mulheres cordelistas
Publicando seus folhetos
Começando a dar nas vistas
Rimando com maestria
Nunca perdendo as pistas.
.
Dalinha Catunda
Você também tá na pista,
Na peleja virtual.
Pois o seu gosto por versos,
Nasceu lá em Bacabal
Juntinho com o seu pai
Lá no seu torrão natal.
.
Rosário Pinto
Esta sua afirmação
É verdade, verdadeira
Seu Hugo me ensinou
A gostar da brincadeira
Tomei gosto pelo verso
E isto não é besteira.
.
Dalinha Catunda
Sendo para ressaltar
Mulher e sua conquista.
Eu pego firme a estrada
Pra seguir a mesma pista.
Com mulheres no cordel
Um novo tempo se avista.
.
Rosário Pinto
Os poetas reconhecem
Belas métrica, oração.
As mulheres cantadoras
Cantam com o coração.
No litoral ou na serra,
Sobretudo no sertão!
.
Dalinha Catunda
Hoje já temos poetas
Apoiando a mulherada.
Pois elas já colocaram
Com firmeza o pé na estrada.
Cantando com maestria,
Desde coco à embolada.
.
Rosário Pinto
Quem diria, miga Dalinha,
Que pelejas eu faria
Você me incentivando,
Tempos atrás, eu temia
Que poetas descobrissem
A tamanha ousadia!
.
Dalinha Catunda
Você é tão importante
Em nossa literatura.
Catalogando cordel
E divulgando a cultura.
Se hoje faz os seus versos,
É porque tem estrutura.
.
Rosário Pinto
De tanto ler cordel,
De tanto catalogar,
Tomei gosto pelo verso,
E cultura popular.
Agora que tomei gosto,
Vai ser difícil parar.
.
Dalinha Catunda
E é assim que se fala
Ô querida amiga minha.
No rumo da poesia
Você faceira caminha
Para andar de braços dados
Com sua amiga Dalinha.
.
Versos de Bastinha que pertence a Academia de Literatura de Cordel do Crato-Ce
A Rosário e a Dalinha
na peleja foram bem;
as duas,como ninguém
metrificaram na linha,
os parabéns de Bastinha
que da cidade do Crato
manda na décima o relato
da verve dessas artistas
duas grandes cordelistas
que sabem rimar de fato !
Versos de Josenir Lacerda que pertence a Academia de Literatura de Cordel do Crato.
Tentei falar da peleja
Igualmente fez Bastinha
Porém a musa não vinha
Estava rasa a bandeja
Então eu disse: - ora veja!

Pois que fale o coração...
Eis que a voz da emoção
Em doce estrofe se fez
E a lira por sua vez

Fez esta declaração:
*

Duas damas nordestinas
juntas no mesmo papel:
emoldurar no cordel
sonhos dourados em rimas.
parecem duas meninas
num encantado cenário
juntas, Dalinha e Rosário
espalham versejo e rosa
criam no verso e na prosa
luminoso intinerário.
*
Versos de Ivamberto Albuquerque membro da ABLC, Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
Chica Barrosa e Turbana
Foram duas cantadeiras
Dalinha e Rosário
Estão fazendo carreira
Resgatando a memória
Revivendo a história
Das saudosas companheiras.
*
http://rosarioecordel.blogspot.com/
http://cantinhodadalinha.blogspot.com/

terça-feira, 23 de novembro de 2010

CORDELTECA MADRINHA MENA

MADRINHA MENA NA LOJA DA ABLC
CORDELTECA MADRINHA MENA


No dia 13 de novembro de 2010, no município de Cantagalo, na casa de Euclídes da Cunha foi inaugurada uma nova cordelteca em homenagem a Madrinha Mena, madrinha dos poetas do Brasil.

No evento tivemos a presença marcante de Gonçalo Ferreira da Silva presidente da ABLC, Academia Brasileira de Literatura de cordel, esposo da homenageada.

Madrinha Mena é uma pessoa simples, querida no mundo dos cordelistas, pela sua dedicação ao cordel, pelo amor que ela tem pelos folhetos que sempre estiveram presente em sua vida.
Madrinha Mena não escreve cordéis, mas com sua violinha na mão é capaz de cantar um cordel inteirinho.

Cantagalo está de parabéns por homenagear esta cearense guerreira. A Cordelteca Madrinha Mena é uma justa homenagem a esta mulher de garra que não esquece suas raízes.

Texto e foto de: Dalinha Catunda
Visite também: www.cantinhodadalinha.blogspot.com

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Plenária ABLC - novembro 2010

Plenária de 20 de novembro de 2010
Academia Brasileira de Literatura de Cordel/ABLC
Rua Leopoldo Fróes, 37 – Santa Teresa
Data: 20 de novembro de 2010

 
A plenária da ABLC, do próximo sábado, dia 20 de novembro de 2010, dentre outras atividades, será dedicada aos lançamento do folheto de cordel
Paraíba, de Filipéia a João Pessoa, do poeta Ivamberto Albuquerque de Oliveira; Dom Quixote em cordel, do poeta Olegário Alfredo; e, do livro Cordel nas Gerais: oralidade, mídia e produção de sentido, organização Simone Mendes.

Convidamos os amigos e convocamos os confrades


ADQUIRA OS LANÇAMENTO na sede da ABLC
e
100 Cordéis Históricos Segundo a ABLC
Editora:
Queima-Bucha
Formato: 21 X 28
Páginas: 568
Capa: Papel Triplex 350g 2 cores
Miolo: Papel Off-Set 90g P/B
Preço: R$ 50,00 (caixa com dois volumes)
Para envio por Correios será acrescentado o valor correspondente para cada cidade.
A coleção está à venda pelo e-mail 100cordeis@ablc.com.br.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Calma amigos! ela já, já estará chegando

 
Amigos, venho avisar, a nossa poeta Dalinha em Ipueiras está. Resolvendo alguns pepinos que apareceram por lá. Mas fiquem confiantes, ela não deixou de pesquisar.... Continua suas leituras para em seus versos aplicar. Dedico estes versinhos, para dela me lembrar. Em final deste novembro, ela irá retornar
   Caros amigos blogueiros
Dalinha, nossa poeta
No Ceará inda está
Não a caçar borboleta
Anda muito atarefada
Numa quizila afiada
Parecendo o capeta

No sertão daquelas bandas
Na sua bela Ipueiras
Mexeram com suas terras
Ela armou as fileiras:
-“Aqui dentro não se passa
Aqui ninguém ameaça
Não se avança porteiras”
(Maria Rosário Pinto)

Pra defender meus direitos
Amigo vou lhe contar
Não boto o galho dentro
Calada não sei ficar
Se precisar riscar a faca
Risco, pois não sou fraca
E só me desacatar
(Dalinha Catunda)